Artigo

A PREPARAÇÃO DO GOLEIRO DE FUTSAL


INTRODUÇÃO
Na preparação dos atletas de uma equipe de futsal, o goleiro requer um treinamento diferenciado. Isso está explicito nas suas ações de jogo, nas exigências físicas e técnicas durante o uma partida de futsal, fazendo-o merecedor de uma atenção especial para que a sua performance seja aumentada. Como encargo, o goleiro tem a incumbência de guarnecer a sua meta do poder ofensivo da equipe adversária, travando, muitas vezes, notáveis confrontos com esses atletas. Para tanto, o goleiro faz uso de suas mãos e pés para efetuar a defesa dentro da área, bem como, passa a ser um quinto atleta de linha em uma ação ofensiva para marcar gol na meta adversária. Assim sendo, defendemos que o goleiro necessita de uma atenção especial, de um “treinamento personalizado” e de uma orientação diferenciada para poder servir à sua equipe com qualidade e segurança. Por esse motivo, o “profissional” incumbido de prepará-lo deve ter seu método de treinamento inserido no domínio de cinco pontos imprescindíveis.


1. ASPECTO AVALIATIVO: avaliação diagnostica da potencialidade física e técnico do atleta a ser trabalhada durante a sua preparação;

2. ASPECTO FÍSICO: análise das qualidades físicas avaliadas e que devem ser aprimoradas com o treinamento;

3. ASPECTO TÉCNICO: análise das qualidades técnicas avaliadas e que devem ser aprimoradas com o treinamento;

 4. ASPECTO TÁTICO: análise e orientação visando corrigir os problemas relacionados à incumbência tática do goleiro durante o jogo;

5. ASPECTO PSICOLÓGICO: preparo e fortalecimento pontos cognitivos que possam aumentar a performance do atleta. Esses aspectos da preparação do goleiro de futsal englobam uma gama de conteúdo, possíveis de se escrever um livro. Assim sendo, para o desenvolvimento desse artigo optamos pelo conteúdo relacionado ao “ASPETO TÉCNICO” da preparação do goleiro que, devido à função no jogo, deve ser treinado para não errar e, no caso de erro, deve estar preparado para encará-lo com serenidade a ponto de que não interfira em sua performance no jogo.

ASPECTO TÉCNICO DO TREINAMENTO DO GOLEIRO DE FUTSAL
 1. POSICIONAMENTO
No futsal o posicionamento do goleiro representa no mínimo 60% dos requisitos para que o atleta seja um bom goleiro. A segurança no posicionamento é o reflexo do aprimoramento da noção espacial em relação à meta defendida. Essa noção espacial se desenvolve via a orientação e o treinamento específico prescrito pelo profissional da área, o que pode diminuir significativamente os índices de gols falhos, tidos como defensáveis. A respeito do posicionamento do goleiro, é importante mencionar que:
 a) o goleiro deve ficar sempre de frente para a bola;
b) o goleiro deve se posicionar no meio do gol em relação às balizas e a bola;
 c) em chute lateral, o ângulo em relação à baliza de referência (baliza de fora em relação ao chute) deve ser bem fechado;
d) em chute frontal, o ângulo do adversário deve ser diminuído com o avanço imediato do goleiro;
 e) em escanteios, junto à baliza de referência, deve posicionar o atleta da “base” e orientá-lo para que a bola não passe entre as suas pernas;
f) nas faltas, ele deve estar atento as seguintes situações: - próximas à área, se posiciona perto da barreira e orienta o “base”; - média distância, se posiciona fechando o ângulo e orienta o “base” e o “sobra” a respeito do posicionamento dos adversários; - longa distância, fica mais adiantado em relação à sua meta e orienta a marcação.

2. REBOTES e DESVIOS
 Um goleiro bem posicionado poderá desviar a bola para diversas direções, o que evita que se leve um gol por imprudência técnica. Na verdade, é inadmissível que a equipe adversária faça um gol proveniente de um rebote mal planejado ou por um desvio impróprio do goleiro. Para tanto, o goleiro deve ficar atento à três situações que acontecem com freqüência durante o jogo.
 a) Chute Frontal: o posicionamento do goleiro adiantado em sua meta, facilita o desvio da bola para cima ou para trás, para o seu lado direito ou esquerdo, visando sempre transferir a bola na direção da linha de fundo;
b) Chute Lateral: o posicionamento do goleiro na linha de sua baliza de referência irá facilitar o desvio da bola para cima ou para fora da quadra em relação à linha de fundo;
 c) Rebotes para frente: recomenda-se que o rebote efetuado para frente seja feito para o alto, com força para que a bola possa ser transferida o mais longe possível da meta defendida, o que possibilita o retorno da marcação.

 3. PEGADAS
A pegada é um fundamento técnico que inicia com um bom posicionamento do goleiro e que da segurança à sua equipe durante o jogo, além de criar várias oportunidades de puxar contra-ataques – esse tido como um dos meios mais eficazes de se fazer gol. Nesse sentido, o goleiro deve estar atento às seguintes situações:
a) na movimentação do adversário que tem a posse da bola e na trajetória da mesma em relação ao seu corpo e à sua meta defendida;
 b) atento ao potencial de finalização da equipe adversária antes do início do jogo – quem coloca a bola, quem chuta forte, etc;
 c) no piso da quadra adversária para não ser surpreendido com imprevistos – piso escorregadio, piso que prende, piso defeituoso, etc; Para facilitar o trabalho da técnica da pegada pelo goleiro, divide-se esse movimento defensivo em três ponto básicos:

 1) chute alto – a técnica segura requer que as mãos estejam formando um triângulo (indicadores e dedões) para que a bola não deslize no contato com os dedos;

2) chute médio – a bola é encaixada na altura do peito ou no abdômen com uma semi-flexão dos joelhos para garantir o equilíbrio na defesa;

 3) chute baixo – a bola pode ser defendida com semi-flexão dos joelhos ou com o afastamento das pernas lateralmente, o que requer flexibilidade e a correta utilização das mãos na defesa (formato de uma concha).

4. LANÇAMENTO COM A MÃO
 O lançamento com a mão é um fundamento que requer além de muita atenção, uma técnica apurada. O lançamento perfeito é um resultado da técnica, força e precisão; por isso, requer muito treinamento para se chegar ao alto nível. Toda bola que tem a procedência do goleiro, não pode acarretar um contra-ataque à equipe adversária. Para tanto, o goleiro deve dominar alguns itens tidos como primordiais à qualificação desse fundamento.
a) leitura de jogo: saber ler o sistema defensivo da equipe adversária para melhor tirar proveito em suas investidas;
b) visão de jogo: saber orientar a movimentação de seus colegas para levar vantagem sobre os pontos fracos observados;
 c) domínio da técnica: utilizar da melhor maneira possível a técnica do lançamento para poder servir seus colegas com qualidade; Para melhor trabalhar a técnica do lançamento nos atletas, nós dividimos esse fundamento em 4 tipos básicos:

 1) lançamento baixo: busca-se um lançamento rasteiro e sem efeito, objetivando facilitar domínio sob pressão do marcador e ou tabelas rápidas. O lançamento baixo deve ser feito sempre no lado oposto do posicionamento do seu marcado – exige atenção pelo goleiro;

 2) lançamento alto: deve ser efetuado preferencialmente na altura do peito do colega, o que facilita o domínio e a finta de corpo mediante a abordagem do marcador, deve-se observar o posicionamento do adversário para evitar antecipações, devendo o lançamento ser feito sem efeito – exige precisão e visão de jogo;

3) lançamento à gol: é o lançamento forte, que busca o desvio de cabeça do seu colega posicionado dentro ou na frente da área adversária. Esse lançamento geralmente é utilizado em quadras pequenas, requer muita força e precisão por parte do goleiro e domínio da técnica do cabeceio pelo colega – exige força, precisão e leitura de jogo;

 4) lançamento de contra-ataque: visa lançar a bola no espaço vazio no setor ofensivo para que o seu companheiro que se movimenta em velocidade, possa dominar a bola arremessada sem muita dificuldade - exige controle da força e precisão no ponto futuro da quadra onde o seu colega a dominará.

 5. LANÇAMENTO COM O PÉ
 O lançamento com o pé requer muito treinamento para que a técnica seja apurada. A precisão da bola lançada é fundamental, pois não pode gerar a possibilidade de um contra-ataque à equipe adversária. Para tanto, o goleiro deve ter domínio sobre algumas situações que acontecem no jogo:

a) leitura de jogo – conhecer as qualidades do goleiro e defensores adversários para poder utilizar com melhor maestria esse fundamento durante o jogo;
b) visão de jogo – saber orientar a movimentação de seus colegas diante dos pontos tidos como vulneráveis no sistema defensivo da equipe adversária; domínio da técnica – aumenta a possibilidade de um melhor aproveitamento desse fundamento durante o jogo.

Para o desenvolvimento desse fundamento técnico, dividimos o lançamento com o pé em três tipos básicos: 1) lançamento em parabólica: caracteriza-se pelo ato de lançar a bola ofensivamente com efeito prévio, em curva do meio para fora, procurando evitar uma possível antecipação do goleiro adversário – muito usado em quadras maiores;
2) lançamento com peito do pé: caracteriza-se pelo ato de lançar a bola ofensivamente sem efeito, com força e em linha reta, objetivando uma finalização de cabeça pelo colega que se encontra nas proximidades da área adversária ou uma jogada de ataque mais veloz – muito usado em quadras pequenas;
3) lançamento de cavada ou gancho: caracteriza-se pelo ato de lançar a bola no espaço vazio para armar um ataque com precisão – muito usado quando o goleiro sai para jogar com os pés no setor ofensivo.

6. CHUTE
O goleiro pode, em determinados momentos do jogo, tornar-se um quinto atleta de quadra, o que exige qualidade de passe e um chute efetivo durante as suas investidas. Toda e qualquer investida do goleiro deixa a sua meta desguarnecida, evidenciando uma maior importância a respeito do apuramento da técnica para que qualquer incidência de erro seja minimizada. São nessas ocasiões que a maioria dos jogos se decidem. Para tanto, visando uma melhor preparação técnica desse atleta, a técnica do chute foi dividida em 3 tipos: 1) chute à gol – caracterizando-se pela ação do goleiro em chutar a bola na direção do gol adversário com o intento de fazer o gol, de forma direta ou sob desvio, podendo ser efetuado com o “peito” do pé ou de “bico” – chute do meio da quadra ou no ataque;
2) chute baixo – caracteriza-se pela ação do goleiro em chutar a bola rasteira na direção do colega que se posiciona nas proximidades das balizas do goleiro adversário, com o intuito de que ele possa desviá-la para o gol (parte do princípio de que o goleiro se adiante para fazer a defesa do chute desferido à sua meta, abrindo espaços para que algum atleta se movimente por trás dele, no fundo da quadra);
3) chute alto – caracteriza-se pela ação do goleiro em chutar a bola alta em “voleio” ou “sem-pulo”, de sua área em direção à meta do goleiro que está atacando, visando faze-la entrar no gol antes que ele possa retornar à sua área de defesa – chute de longa distância efetuado quando o goleiro adversário sai para jogar com os pés no setor ofensivo.

7. SAÍDA DO GOL
A saída do gol é uma ação do goleiro para fechar o ângulo e impedir que o atacante consiga fazer o gol. Esse fundamento requer do goleiro atenção à alguns pontos importantes:
a) coragem para se jogar nos pés do adversário que esteja de posse da bola nas proximidades da área;
b) posicionamento para que sua investida tenha êxito;
c) tempo de bola para evitar surpresa no “bote” ou que os espaços não sejam fechados adequadamente na sua saída;
d) velocidade de reação para que o movimento “viso-motor” seja feito com precisão a ponto de impedir o gol em sua meta;
e) domínio da técnica e conhecimento prévio das características do adversário, evitando surpresas durante o jogo. Além disso, a saída do goleiro de sua meta pode ser associada a três tipos básicos de deslocamentos, tais como:
a) saída com base – na saída com base, o goleiro procura diminuir o ângulo do adversário posicionando-se à sua frente com semi-flexão dos joelhos para frente ou para os lados, braços junto ao corpo e pernas juntas para fechar o chute baixo e médio do adversário, o tempo de bola possibilita uma defesa eficiente no chute alto;
a) saída no chão – nessa saída, o goleiro se joga em direção à bola nos pés dos adversários, podendo ser uma ação executada com os pés ou mãos, contudo, o tempo de bola deverá ser preciso – o erro no movimento pode impossibilitar qualquer recuperação na jogada;
b) saída no alto – nessa saída da meta, o goleiro procura interceptar uma bola lançada na direção da sua área, podendo ele dividir socando-a ou mantendo-a sob seu controle – depende muito da leitura de jogo e do tempo de bola.

8. COBERTURA
O goleiro de futsal deverá estar atento e se colocar em posição privilegiada para orientar a defesa quanto ao melhor posicionamento e às necessárias coberturas. Para que suas coberturas sejam eficientes, o goleiro deverá estar atento às seguintes situações:
a) nunca ficar estático na sua meta quando há uma situação de ataque de sua equipe em direção da meta adversária;
b) conhecer as jogadas e movimentações adversárias;
c) na marcação pressão de sua equipe, sempre jogar mais adiantado;
d) estar concentrado no jogo para poder antever o próximo passo do adversário e assim, orientar nominalmente os colegas para levar vantagem nas bolas lançadas;
e) toda saída do gol em bola alta visando cobrir seus colegas, deverá o goleiro sempre avisá-los do seu movimento, para não ser surpreendido com uma bola atrasada.

CONCLUSÃO
Após esse compêndio delineando o desenvolvimento do “Aspecto Técnico” do treinamento do goleiro de futsal, concluímos que para o apuramento da técnica dessa atleta, é de estrema importância muito treinamento. O goleiro pode nascer com qualidades físicas e psicológicas para esse encargo, contudo, só o treinamento pode torná-lo um atleta de alta performance. Por outro lado, o treinamento para ser eficiente requer muita qualidade. A qualidade está inserida na capacidade individual do profissional responsável de saber “avaliar” o atleta para poder “prescrever” exercícios técnicos que o venham qualificá-lo. Para tanto, defendemos um treinamento físico-técnico, objetivando o aprimoramento técnico com o desenvolvimento da sua potencialidade física, imprescindível à alta performance.

O domínio do “Aspecto Avaliativo” é primordial para o início do trabalho a ser prescrito. O “Aspecto Físico e Técnico” do treinamento procede da primeira análise e está inserido nas características físicas e técnicas individuais de cada atleta. No âmbito tático, observamos o domínio do “Aspeto Tático” para o melhor aproveitamento de sua técnica e do “Aspecto Psicológico” para melhor controle dos processos estressores e motivacionais individual. Assim, defendemos que o treinamento do goleiro de futsal não é apenas uma reprodução pragmática de exercícios reproduzidos, mas, um domínio de vários fatores que se inserem no aumento da performance. Saber o que fazer; saber por quê fazer; saber como fazer; saber para que fazer determinados exercícios físicos-técnicos é o prenúncio de uma preparação eficiente e de grandes resultados.

Prof. Elenilton Picoli
Especialista em Preparação Física Preparador Físico da equipe UCS/MULTISUL







A importância do aquecimento específico do goleiro antes dos jogos de Futsal


Quem assiste e presta atenção nos jogos de futsal, já deve ter observado que o goleiro tem seu aquecimento direcionado e separado, em algumas vezes por próprios companheiros da posição, e quando privilegiados trabalham com um especialista da área.
Para os torcedores e observadores parece e pode ser simplesmente chutes em direção ao gol, mas trata-se de detalhes que podem influenciar totalmente no resultado final de um jogo e de um campeonato, o aquecimento.
Trata-se de preparar o organismo do atleta/goleiro para a prática, ajustando sua capacidade perceptiva para as ações motoras desenvolvidas no jogo, e o equilíbrio visual com o espaço, preparando articulações, musculatura e o sistema cardiorrespiratório, é fundamental para a prevenção de lesões musculares, articulares, circulatórias e outros riscos que a atividade física pode trazer.
Para goleiros tal preparação ganha grande importância, pois os tipos de exigências físicas que esta posição impõe são de grande complexidade.
Os sistemas musculoesquelético, neurológico, circulatório e psicológico do atleta são exigidos desde os movimentos iniciais até a parte final. As características próprias da posição exigem uma preparação especializada para sua prática.
Através do aquecimento ocorre um aumento da temperatura corporal, resultando em diversos benefícios para o atleta/goleiro.
*Aumento de fluxo sanguíneo nos músculos;
*Melhor distribuição de oxigênio para os músculos;
*Elevação de velocidade de transmissão do impulso nervoso;
*Diminuição no tempo de relaxamento muscular, após a contração;
*Maior recrutamento de unidades motoras nas fibras musculares;
*Aumento de velocidade e força da contração muscular;
*Aumento dos índices de lubrificação nas articulações, ganhando amplitude nos movimentos.
A temperatura ambiente é fundamental para a determinação do tempo de aquecimento.
Pela manhã, ou à noite, o desenvolvimento do aquecimento deve ser mais longo do que no decorrer do dia, pois nesses horários a temperatura ambiente geralmente se encontra mais baixa, fazendo com que a temperatura corporal demore a subir.
O Aquecimento deve ser dividido em três partes: Básica, Especifica e Manutenção.

BÁSICA: Na primeira parte do aquecimento, o objetivo é aumentar a temperatura corporal, fazendo com que a musculatura fique mais elástica e as articulações ganhe maior amplitude, melhorando assim o sistema motor do atleta, ganhando os níveis de mobilidades necessários para a prática esportiva. Com o aumento da temperatura o metabolismo também sobe, tal situação faz com que as reações químicas do organismo sejam facilitadas e assim exista um aumento considerável nos níveis de oxigenação no sangue, nutrindo a musculatura e o cérebro do individuo, ou seja, o atleta terá uma lucidez maior nos seus movimentos neuromusculares, é imprescindível em caso de alongamento, indica-se o alongamento dinâmico.

ESPECÍFICA: Na segunda parte da atividade, trabalhos mais específicos são inseridos, antes da especificidade com a bola. Movimentos de alongamento e relaxamento são inseridos para o alinhamento das fibras musculares, pois como a temperatura corporal já está mais elevada, e as fibras mais elásticas, este alinhamento será facilitado.
Tratando da especificidade técnica, procura-se reproduzir gestos técnicos que tem grande possibilidade de ocorrer durante o jogo;
Exemplo: empunhadura, saltitos frontais, saltos laterais, defesas com os membros inferiores, guardas, cruz, cruz aberta, passes, lançamentos longos, reposição, um contra um, bolas de segundo pau, todos os movimentos inseridos de uma forma realista, de forma que pareça a realidade do jogo.

MANUTENÇÃO: Contando agora com a ajuda da equipe, realizando finalizações coordenadas pelo preparador físico, o goleiro deve realizar movimentos curtos para que não ocorra um desgaste demasiado, mantendo o aquecimento, desenvolvendo defesas, se preparando para a parte principal, o jogo.
Segundo Fernandes, M. In: www.universidadedofutebol.com.br/aplicação e estudos técnicos; alguns professores/treinadores não adotam a nomenclatura aquecimento, chamam de primeira parte do treinamento, pois no aquecimento já se insere trabalhos visando o aprimoramento físico, técnico do atleta.
Segundo, Fernandes, M; exercícios de agilidade, velocidade, coordenação, lateralidade, resistência muscular localizada, são alguns exemplos de capacidades psicofísicas que pode ser desenvolvidas neste momento.






Goleiro é o "Guerreiro" solitário 


O dia 26 de abril é dedicado ao Dia do Goleiro, personagem geralmente lembrado mais pelas falhas do que pelas defesas. Ivan Gomes (técnico do São José Futsal), que já atuou como goleiro e treinador da categoria, escreveu um artigo para lembrar a data.

No jogo, ele é o único que veste uniforme diferenciado, o único que pode usar as mãos dentro da área. No futsal, tem que jogar bem com os pés, ter boa noção de marcação para desarmar os ataques fora da área e fazer boas coberturas. E quem o cobre? Ninguém.

Guerreiro solitário. Esse é um dos nomes que podem definir um goleiro. Há outros, como santo, corajoso, louco etc.

O guerreiro está lá para defender do jeito que puder, para ajudar a todos. Mas quem o ajuda quando ele erra? Cabe a ele coragem para levantar a cabeça, sob vaias e críticas, e se preparar para a próxima bola, que poderá ser decisiva no jogo. Quando joga bem e falha no último lance, é o que fica na lembrança da maioria. Ninguém sabe o que sentimos quando operamos verdadeiros milagres, quando saímos de um jogo sem levar gols.

O arqueiro sabe que é uma peça importante ao time e que tem que ser muito corajoso para estar embaixo das traves e assumir tudo que poderá acontecer. Pode ter certeza de que ali ele vai fazer o possível e o impossível pra ajudar seus companheiros e seu treinador em mais uma vitória.

Alguns goleiros sentiram alivio e a sensação de dever cumprido quando pararam de jogar ou ganharam um campeonato importante. Marcos, do Palmeiras, disse uma vez: “Pensava que poderia ser um novo Barbosa (goleiro da seleção brasileira em 1950 e que perdeu a Copa no Brasil), um dos maiores responsáveis pela derrota. Ele morreu com esse peso, mas nós sabemos que a culpa não foi dele”.

O goleiro Raul Plasma, que jogou na década de 80 no Flamengo e Cruzeiro, declarou em certa ocasião: “Quando parei de jogar não fiquei triste, fiquei aliviado por ter feito tudo o que podia da melhor forma. Me sinto com o dever cumprido”.

Por isso vocês são mais que especiais, são verdadeiros "guerreiros". Parabéns a todos os goleiros do mundo pelo seu dia!






 Estresse e suas consequências no esporte


A correria do dia a dia é comum para muitas pessoas. Com tantos compromissos (entre estudar, fazer academia, manter as tarefas profissionais, afazeres de casa, etc.), temos um ciclo de obrigações, onde muitas vezes, tudo é prioridade. Nesse contexto, é muito fácil ouvirmos as pessoas dizerem “não tive tempo para fazer tal coisa”, ou até mesmo, ouvir outras mencionarem que estão estressadas com tantas atividades. Mas por fim, o que é o tal estresse falado pelo senso comum?

O estresse atinge muito mais pessoas do que imaginamos. Pode ser considerado como uma reação do organismo que envolve elementos psicológicos, físicos e hormonais quando surge a necessidade de adaptar-se aos diversos tipos de pressões internas e externas que uma pessoa vivencia.

No ambiente esportivo, estas pressões internas podem ser compreendidas como as próprias cobranças para alcance de metas pessoais, expectativas quanto ao sucesso e fracasso, percepções sobre vitórias e derrotas, etc.

Situações como: analise do técnico quanto ao desempenho obtido em um jogo, criticas do companheiro de equipe, cobrança da torcida e dos patrocinadores, podem fazer parte das diversas pressões identificadas como pressões externas (De Rose Jr, 1997). Todas elas exigem uma adaptação do atleta, porém, cada atleta irá classificar a importância da situação de maneira singular. Para uns pode ser mais fácil ouvir as críticas dos companheiros de equipe, para outros, mais difícil ser responsável pela cobrança de um penault em uma partida decisiva e, assim, por diante.

Para Samulski (2008), o estresse faz parte da vida para a manutenção, aperfeiçoamento da capacidade funcional, autoproteção e conhecimento dos próprios limites. Em alguns momentos poderá ser considerado como positivo (eustress), em outros, como negativo (distress).

Como podemos identificar quando o estresse é negativo e quando ele pode ser positivo?

O estresse positivo possui características observadas na fase inicial (fase de alerta). Normalmente, o organismo produz adrenalina que canaliza para o ânimo, vigor e energia, auxiliando o alcance dos objetivos traçados pelo atleta. Pode ser considerado como a fase da produtividade, já que as pessoas que estão nesse estágio podem não dar importância devida ao sono e descanso. Quando esse período se estende durante um longo tempo, pode auxiliar no prejuízo do organismo, identificando, o estresse negativo.

Essa fase ocorre quando há excessos, ou seja, quando essa pessoa já ultrapassou seus limites físicos e psicológicos resultando no esgotamento da capacidade de adaptação. Com o organismo prejudicado de nutrientes, a energia mental reduzida, observa-se um prejuízo na produtividade podendo vir a apresentar problemas de saúde (problemas dermatológicos prolongados, irritabilidade excessiva, insônia, dificuldades sexuais, entre outros).

Compreender as situações geradoras de estresse é um dos principais trabalhos que o psicólogo irá focar no acompanhamento do atleta que apresente tal demanda. Um dos caminhos importantes será trabalhar para que ele (atleta) tenha o maior conhecimento possível sobre si, pois é fundamental que conheça suas emoções nas diferentes situações que se expõe, não só com o objetivo de aprender à controlá-las, mas para auxiliá-lo no que fazer com elas. O intuito é que o próprio atleta crie a partir do conhecimento sobre seus sentimentos e atitudes, uma estratégia adequada para lidar com estas situações de maneira tranqüila e efetiva.

O ideal é que ele aprenda a gerenciar a “fase de alerta” de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e sair de alerta, pois o organismo precisa entrar em homeostase após o período que permaneceu em alerta para que promova a recuperação diminuindo a possibilidade de gerar danos.

Para um atleta de alto nível onde o seu corpo é o seu instrumento de trabalho, é imprescindível que este intercale sua rotina de treinos e jogos com momentos de descanso e lazer; passear com a namorada (o), ir ao cinema, ler um livro, jogar conversa fora com os amigos, são grandes aliados para a reposição das energias físicas e psíquicas. Afinal, reconhecer os limites do seu próprio corpo faz toda diferença.
Por Gisele Silva, psicóloga do esporte - http://ctgoleiros.blogspot.com/